Por Isley Borges
| Professor Guimes Rodrigues media debate sobre cotas raciais |
A UFU promoveu um debate sobre as possibilidades e dificuldades para a implementação das cotas raciais na última sexta-feira, 20. A mesa de discussão foi realizada no anfiteatro C do bloco 5-O e contou com a participação de Helvécio Demis, professor da Faculdade de Direito e Gilberto Neves, advogado, membro do Fórum de Promoção da Igualdade Social (FOPIR) e Centro Nacional de Estudos e de Políticas da Igualdade na Educação (CENAFRO). O debate foi mediado pelo professor Guimes Rodrigues, do Instituto de Química e membro do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB).
Antes de iniciar o debate sobre as cotas raciais, os alunos pesquisadores dos projetos PET Conexões e Conexões de Saberes, Heldson Luíz, Rafael Oliveira e João Gabriel, apresentaram dados obtidos a partir de uma análise feita com 1977 questionários socioeconômicos de alunos inscritos pelo PAAES, Sub-Programa 2007-2010. O principal questionamento dos jovens pesquisadores é se o programa é eficiente para o ingresso de negros advindos da escola pública na UFU.
Gilberto Neves considera o diploma universitário sinônimo de mobilidade social e defende a política afirmativa de acesso para os negros. Segundo ele, eles não concorrem de maneira igual com os demais, já que freqüentam escolas públicas periféricas de ensino superficial, diferente da maioria dos brancos, matriculados em escolas públicas centrais e de maior qualidade. “Na universidade o negro é a azeitona em cima da empadinha... E dentro da empadinha não tem azeitona nenhuma”, destaca.
Helvécio Damis explanou sobre o histórico do racismo no Brasil, explicando os argumentos – religiosos e biológicos – que já foram utilizados para inferiorizar o negro. “O Estado precisa intervir em qualquer forma de discriminação, mesmo que as políticas afirmativas criem um direito artificial no início da implementação, é um mecanismo eficiente. A cota racial servirá para dar um ‘start’, já que as cotas sociais não resolvem o problema de ingresso dos negros”, afirma.
Uma estudante universitária que estava presente diz ser favorável às cotas raciais. “O Brasil tem uma dívida com os negros, que sofreram desde que foram trazidos, à força, da África. A cota racial deve ser medida paliativa, até que se tenha educação básica de qualidade para todos” declara. O debate contou com a participação do público, que fez perguntas à respeito do PROUNI, de problemas no sistema PAAES e permanência e egresso dos negros.




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