Sessão de cinema debate homossexualidade e religiosidade

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Por Lucas Felipe Jerônimo

Depoimentos da plateia motivaram discussões
O PET do curso de Ciências Contábeis em parceria com o jornalista Kelson Venâncio realizou na noite desta quarta-feira (31), no campus Santa Mônica, mais uma edição do Cine PET Ciências Contábeis, dessa vez com o tema “Homossexualidade e Religiosidade”. O evento contou com a apresentação do filme “Orações para Bobby” (leia o box). Após a mostra, foi composta uma mesa para debate com especialistas de diversas áreas: Poliana de Camargos e Marina Zlochevsky, psicólogas; Amauri Eustáquio da Paixão, padre, e Kelson Venâncio que mediou o debate. Entre os temas discutidos, as psicólogas abordaram as dificuldades do diálogo sobre sexualidade entre pais e filhos e a procura pela terapia; o pároco ampliou a concepção da homossexualidade para além das orientações individuais, salientando a importância da caridade. 
O debate partiu da mesa de especialistas
 Segundo padre Amauri, no que diz respeito à homossexualidade e religiosidade ainda há um caminho a percorrer. “Eu acho que as comunidades católicas de um modo geral têm que cada vez mais abrir para esse diálogo, é uma realidade que nós temos que enfrentar. É um tema importante que diz respeito ao sentido de vida de todos nós, então a Igreja tem esse papel fundamental de ajudar nesse processo de debate”. Para Marina, a psicologia tem uma função diferente hoje com relação ao tema: “Tem a questão de a pessoa poder se sentir bem dentro da sua sexualidade, poder dar a possibilidade dela lidar com isso perante a sociedade. Depende muito do sofrimento que chega ao consultório, diante da problemática que possa vir a ter acerca da sexualidade é que a psicologia vai apoiar e situar a pessoa”, diz.
A participação da plateia motivou o restante do debate, nesse sentido, diversas perguntas e depoimentos nortearam os comentários seguintes, foram temas discutidos: a abertura da Igreja Católica para o diálogo com os homossexuais; a influência religiosa na política e legislação; a escolha da nomenclatura utilizada para se referir à orientação sexual; a influência do abuso a crianças na vida adulta e a falta de comunicação entre a família.
O evento foi divulgado na universidade e aberto à comunidade externa. Com auditório lotado e espectadores atentos foi possível perceber a emoção tomar conta de alguns presentes. “Achei interessante, principalmente a fala do padre, tinha outra visão da Igreja, não sabia que um padre poderia falar tão abertamente”, comenta Fernando Bernadelli, professor de português. Para a assistente contábil Fernanda Gomes o evento foi uma oportunidade de aprender: “Eu acho que é sempre válido a gente debater para acabar com esses preconceitos, tem que começar desde pequeno, em casa, a gente tem que falar para os filhos abertamente, mostrar que existe e que é normal”. 
Segundo Kelson, as opiniões divergentes colaboram para um debate mais produtivo. “Eu acho que é importante debater esse tipo de tema, como a homossexualidade e a religiosidade, porque é através desses debates que a gente tenta mudar um pouco o mundo. Se a gente conseguiu que um pequeno grupo de pessoas saísse daqui com outra concepção talvez o mundo seja melhor amanhã”, afirma. Confira um depoimento do jornalista Kelson Venâncio sobre as experiências do Cine PET.

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