Ações para evitar a proliferação do mosquito transmissor podem ser feitas pelos cidadão
Por Natália Silva Nascimento
Febre alta com início súbito, diminuição do apetite, extremo cansaço e mal estar, moleza no corpo, manchas vermelhas na pele, são sintomas de uma enfermidade que se torna mais preocupante no período chuvoso: a dengue. “É uma doença febril aguda causada por um vírus, o arbovírus, de evolução benigna na maioria casos, e seu principal vetor é o mosquito, o Aedes aegypti”, alerta Lauren Olívia Alves, médica do Hospital de Clínicas da UFU (HCU).
A transmissão da doença acontece somente pela picada do mosquito portador do vírus, não havendo possibilidade de contágio entre as pessoas, esclarece Lauren. “A proliferação é aquela que todos conhecem: a fêmea do mosquito deposita seus ovos em recipientes com água parada, e ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água”, com o passar de uma semana, tornam-se mosquitos adultos; as fêmeas se alimentam de sangue, e ao picarem uma pessoa portadora da doença, carregam o vírus, contaminando outras, explica.
Os sintomas dessa enfermidade aparecem em três dias após a picada, esclarece Lauren, e existem dois tipos: a Dengue Clássica e a Hemorrágica. Os sintomas para as duas são diferentes, “os da dengue hemorrágica iniciam como os da clássica, porém quando a febre começa a abaixar, dores abdominais fortes, vômitos permanentes, sangramento pelo nariz, boca e gengivas, entre outros, aparecem”, todos esses são sinais de que o paciente está em choque, que pode culminar em óbito, conta a médica.
Segundo o Centro de Controle de Zoonoses de Uberlândia (CCZ), a cidade teve uma queda nos casos de Dengue registrados em 2011 em comparação com 2010: foram cerca de 620 pessoas infectadas. Mas nem por isso os cidadãos devem deixar de tomar medidas para a prevenção da proliferação do Aedes aegypti.
Todo cidadão deve vistoriar as calhas de sua casa, higienizar e trocar a água dos bebedouros de animais de estimação com frequência, entre outras ações do tipo, como formas de impedir a proliferação do vetor, esclarece José Humberto Arruda, coordenador do Programa Municipal de Controle da Dengue. “Os moradores têm de abraçar para si essa causa, pois nós não conseguimos a eliminação completa dos focos”, afirma.
As ações do Programa são pautadas por uma cartilha do Ministério, explica o coordenador. “Uberlândia tem hoje um conjunto de dezesseis ações, essas ações funcionam rotineiramente, e sempre que se inicia o período chuvoso, nós as intensificamos”, ressalta. Vistoria dos imóveis, inspeções em pontos estratégicos cadastrados, visitas em borracharias, entre outras, estão entre as formas de controle que o CCZ tem como prevenção dos focos de dengue.
A incidência da dengue no município está baixa e a participação da comunidade contribui para esse resultado que a cidade vem obtendo, diz o coordenador. “O Ministério da Saúde diz que saber por si só não leva à atitude, então nós temos uma gama muito grande de pessoas que sabem que a dengue é uma doença que é transmitida por um mosquito que se prolifera na água, mas que ainda não fez nada de fato”, completa.
Prevenção na UFU
A UFU conta com trabalhos específicos para a prevenção da doença em seus campi. “Na UFU nós temos um trabalho diferenciado, em função do Umuarama, que tem o Pronto Socorro que recebe doentes da região com dengue, por isso não podemos, de forma alguma, permitir que ali tenha o vetor”, conta José Humberto.
O Diretor de Logística da Prefeitura Universitária, Enivaldo Tironi, afirma que a UFU tem um agente da Zoonoses encarregado especificamente da vistoria dos campi. “O agente faz a vistoria e passa para a Prefeitura Universitária onde há algum risco ou foco da doença, e com isso, acionamos nossas áreas de manutenção, setor de obras ou setor de limpeza, dependendo do local” esclarece o diretor.
Os locais, dentro da Universidade, onde há uma maior possibilidade de proliferação do vetor, de acordo com Tironi, são as calhas dos blocos dos campi e nas caixas de passagem rede hidráulica ou elétrica, “com relação à parte térrea, nossos funcionários da limpeza estão sempre atentos para esse risco”. Com a chegada do período chuvoso, a Universidade intensifica suas medidas, “o nosso setor de obras começa a fazer uma limpeza mais intensiva nos bueiros, na rede pluvial, nas caixas de passagem. Intensificamos a manutenção em função desse período chuvoso”, ressalva.




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