Astronomia na vida do homem

segunda-feira, 8 de abril de 2013



 Aline de Sá
 
                De onde viemos? Por que estamos aqui? Será que estamos sozinhos na nossa galáxia? Perguntas como essas são comuns quando começamos a pensar nos planetas e na grandeza do universo. Os estudos realizados pelo homem ainda não conseguem responder a essas perguntas - e pode ser que jamais consigam - mas a astronomia pode nos ajudar a entender melhor qual a nossa posição em relação ao que existe lá fora.
Existem muitas crenças e mitos criados pelo homem em relação à influência dos planetas na vida na Terra. Exemplos disso são as teorias tratadas na astrologia, uma pseudociência que afirma que o movimento dos astros influencia diretamente na personalidade do ser humano e no seu cotidiano. De acordo com Marcos Longhini,  professor doutor em educação e responsável pelo DICAstronômica (ver box), “ao mesmo tempo em que a astrologia ajuda a divulgar a própria astronomia, porque fala da lua e dos planetas, ela trata disso numa outra dimensão, não como ciência”.
                A astronomia é uma das ciências mais antigas do homem e possui uma relação indireta com o nosso cotidiano, observa Longhini. Se analisada de um ponto de vista mais abrangente, pode ajudar o homem a entender o lugar onde está, o tamanho que possui em relação ao universo e até mesmo sua perspectiva futura. “Eu acho importante saber qual tamanho nós temos (planeta Terra), que é insignificante perto do todo. Há quanto tempo estamos aqui. Vamos ver que estamos há pouquíssimo tempo. E mediante o que a gente estuda podemos ver qual o nosso destino daqui a alguns bilhões de anos”.
Analisando pontos mais específicos de como a astronomia pode interferir no dia-a-dia do homem, Longhini aponta que existem estudos de previsão de impactos de meteoro na Terra, a partir dos quais o homem pode prever um incidente no futuro. Além disso, as tecnologias desenvolvidas para lançamentos de foguetes e satélites podem ser adaptadas para o uso em equipamentos mais simples. “São aspectos que envolvem a astronomia e que acabam beneficiando a nossa vida”, observa.


Realidade e mito

                O homem utiliza os planetas para explicar vários fenômenos naturais, mas até que ponto os planetas realmente influenciam nos acontecimentos terrestres?  Longhini afirma que a real interferência seria na questão da lua com as marés, já que é fisicamente mensurável. “Agora, não posso te afirmar, por exemplo, da lua possuir alguma interferência em pescaria. Talvez possa ter, sim. Não sei se alguns peixes vêm mais a superfície em noites que são mais claras. Tem alguma relação? Pode ter. Já no crescimento dos cabelos, não consigo ver essa relação e no nascimento dos bebês também não há.” complementa.
                Em relação aos planetas que também compõem o sistema solar, Felipe Marcos Ferreira, estudante do curso de Física da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e monitor do DICAstronômica, acrescenta que o planeta Júpiter, por possuir uma grande massa, possui um campo gravitacional importante para o planeta Terra.  “Ele protege a terra de certos meteoros e meteoritos que poderiam atingi-la. Desvia a rota e os atrai pra ele. Isso também contribui pra vida na terra.” 


Observando as estrelas

                As estrelas que observamos no céu hoje são luzes que percorreram durante anos até alcançar o planeta Terra. Isso significa que as imagens que o ser humano é capaz de enxergar podem ser de estrelas que já deixaram de emitir luz há muitos anos. Ivair Ribeiro da Silva, estudante do curso de Física da UFU e monitor do DICAstronômica, explica que a estrela mais próxima do planeta Terra, chamada Centauri, está a uma distância de aproximadamente quatro anos-luz da terra. Se Centauri deixar de existir hoje, levará quatro anos para que ela deixe de ser vista na terra. Com o sol acontece o mesmo, “se o sol desaparecesse agora a gente ia demorar 8 minutos pra saber que o sol desapareceu, que é o tempo que leva para a luz chegar na terra”.


DICAstronômica
 
                A DICAstronômica faz parte do Museu Diversão com Ciência e Arte (Dica), do Instituto de Física da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), que tem como objetivo a divulgação e popularização do ensino de ciência. A partir do ano de 2008, o professor Marcos Longhini, da Faculdade de Educação, a professora Silvia Martins, coordenadora do Museu Dica, e o professor Eduardo Duzzioni, ambos do Instituto de Física, conseguiram a aprovação de recursos pela Fapemig para o projeto “Entre lentes, luzes e sombras: divulgando a Astronomia no Museu de Ciências da Dica”, tornando possível adquirir os equipamentos: planetário inflável e telescópios. Desde então foi criada a DICAstronômica.
            De acordo com Longhini, o objetivo da DICAstronômica é despertar o interesse das pessoas pela área de astronomia. Ele explica que muitos dos visitantes nunca tiveram contato com os equipamentos e chegam a confundir suas funções. Dentro do planetário, muitos acreditam que vão observar os planetas em seu interior. “As pessoas acham que elas vão entrar lá e que elas vão ver planetas. Mas na verdade é um equipamento que simula algo muito próximo ao céu. O nosso equipamento é simples, mas ele serve para entreter, para despertar a curiosidade das pessoas e conhecer o que é o planetário.”
            As visitas ao planetário e observação dos telescópios ocorrem uma vez por mês. O agendamento de visitas pode ser realizado pelo número 3230-9517. Mais informações sobre o DICAstronômica no site do Museu Dica: http://www.dica.infis.ufu.br/.

0 comentários:

Deixe um comentário para esta postagem