A produção do
trabalho final envolve dificuldades que podem colocar em xeque a conclusão do
curso
Debora Bringsken
O que antes era praticamente
exclusivo da sala de aula, hoje pode ser acompanhado com muita facilidade pela maioria
das pessoas. Basta acessar redes sociais como o Facebook para encontrar uma
grande demanda de universitários expondo sua corrida contra o tempo para
concluir seus trabalhos finais de curso e, enfim se formar. Essa pressão não
passa apenas pelos prazos estipulados pelas instituições de ensino, existem
passos anteriores que podem comprometer o resultado final do trabalho.
A entrega e defesa dos Trabalhos de
Conclusão de Curso (TCC) ou Monografias sempre foi motivo de medo e insegurança
para a maioria dos universitários, por isso é necessário comprometimento e dedicação
do aluno desde o início. É
preciso buscar com antecedência o tema a ser defendido, escolher um orientador
com quem a troca de ideias não signifique conflitos, pesquisar, analisar, abrir
mão de feriados e finais de semanas e o principal, não deixar para a última
hora.
Correndo contra o tempo, Aline Gonçalves
Menezes, está terminando o 8º período do curso de Relações Internacionais na
Universidade Federal de Uberlândia (UFU), e diz que, no momento, a principal
dificuldade que está encontrando é a de ter que conciliar a produção da
monografia com os estudos das matérias que possui na grade horária do período.
Além disso, a estudante também relata a sua preocupação em cumprir uma de suas
metas assim que se formar: o intercâmbio. “Se eu não conseguir terminar a
monografia a tempo, vou ter que esperar mais seis meses para colar grau com a
próxima turma, e eu não gostaria de passar por isso, pois vai atrapalhar os
meus planos para depois que eu formar, principalmente o intercâmbio”, diz.
Lara Selis, professora do curso de
Relações Internacionais da UFU, e orientadora de Aline, evidencia que a relação
entre o orientador e o aluno é determinante, pois afeta diretamente o processo
de aprendizagem deste. “As responsabilidades são
igualmente direcionadas: ao professor, a leitura, a correção e a orientação, e,
ao discente, a dedicação, o estudo e o cumprimento de prazos. Assim, podemos pontuar a importância do
respeito mútuo e do diálogo horizontal para
o desenvolvimento tranquilo e positivo do trabalho”, acentua.
Segundo Michele Aparecida Xavier Falco,
psicóloga do Setor de Atendimento Psicológico (SEAPS) da UFU, a demanda de
alunos que enfrentam estas dificuldades e pressões é bastante frequente no setor
e ressalta que esses fatores estão relacionados ao momento de vida que o aluno
está enfrentando. “A preocupação do estudante não é apenas com a apresentação
ou produção do TCC, mas também com o que vai fazer ao sair da universidade e
entrar no mercado de trabalho. O TCC se torna o seu passaporte para esta
transição”, destaca.
A psicóloga afirma que para lidar com as
atribulações que surgem durante esse período da vida do universitário, é
preciso que ele mesmo respeite o seu próprio tempo para a realização de cada
passo do trabalho. Além disso, ela também reforça a importância do planejamento
e da dedicação do aluno. “Esses são alguns caminhos possíveis para que este
momento fique mais leve, ou não tão pesado quanto ele é”, conclui.
Para quem está na fase inicial do
processo de produção do trabalho de finalização do curso, Aline, como aluna, e,
com base nas suas próprias experiências, recomenda que encontrar o orientador e
escolher o tema o mais rápido possível pode auxiliar nessa corrida contra o
tempo.
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