Falta
de identificação com o curso é principal motivo para evasão nas universidades
Por Priscila Costa
Dados
do INEP revelam que 20,9% dos alunos abandonaram seus cursos de graduação em
2009. Na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), esse número fica em torno de
15%. As desistências podem ocorrer por motivos financeiros e familiares, mas estudos
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) evidenciam que uma das
principais causas é a falta de identificação com a carreira escolhida.
O
psicólogo Charlie Camilo acredita que a experiência vivida na faixa etária
entre quinze e vinte anos não é suficiente para fazer a escolha da profissão. A
maioria dos jovens que abandonam seus cursos faz isso por imaturidade na escolha
da graduação ou durante o decorrer das aulas. “Neste último caso, a
prematuridade se evidência pela falta de paciência em aguardar a vivência
prática que o curso escolhido oferece”, opina.
A
aluna de Engenharia Elétrica da UFU, Letícia Morais, está na segunda graduação
após cursar três períodos de Engenharia Biomédica. “Quando prestei vestibular,
passei para os dois cursos, porém fiz a escolha errada, durante a graduação
percebi que não gostava, decidi largar e prestar novamente a prova. Hoje eu não
me arrependo”, conta.
Já
Claudia Regina, diretora de marketing, afirma que se identifica muito com a
profissão, contudo sua área de formação é Jornalismo. Ela percebeu que não
gostava do curso no decorrer dos semestres, porém decidiu se formar. Ela conta
que “não foi uma escolha fácil e, apesar de não atuar na minha área de formação,
o Jornalismo me ajudou muito, me possibilitou conhecer técnicas que auxiliam no
meu dia a dia profissional”.
Camilo
sugere aos alunos que esperem até, pelo menos, o quarto período, para tomarem
uma decisão, afinal os primeiros anos dos cursos superiores, em geral,
apresentam disciplinas excessivamente teóricas. Caso o aluno, após passar pela
experiência prática ofertada pelo curso, ainda não se identifique, então o
psicólogo indica o trancamento da matrícula. Desta forma, a pessoa tem a opção
de retornar ao primeiro curso escolhido ou tentar novamente uma segunda
graduação, só que desta vez com mais base para uma escolha consciente.




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